A gente aprende a viver sem…

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É que no começo parece que a vida vai parar, principalmente porque as horas parecem não colaborar, tudo passa mais devagar e a gente até pensa em maneiras para evitar levantar, como se faltar no trabalho fosse melhorar. A gente tenta de tudo mas no fundo sabemos que tudo que fizermos só vai, no máximo, adiar o inevitável.

O peso de recomeçar parece ser insuportável.

Como que a gente vai continuar? Como vou passar naquela rua de novo sem lembrar? Como que faz para pular essa fase e tudo ficar bem? A gente se pergunta um milhão de coisas. A única coisa certa, porém, é que no fim a gente aprende a viver sem, daquele mesmo jeito que a gente vivia antes com.
A gente aprende a continuar. A gente aprende a passar naquela sem lembrar – ou aprendemos a lidar com a lembrança. A gente aprende que pular a fase não faz a gente ser melhor. A gente encontra, dentro da gente, respostas de cada uma das um milhão de perguntas que a gente se faz.

A vida é única escola onde ter aula vaga não é legal.

Porque é preciso receber cada um dos dias do jeito que eles aparecem pra gente. É preciso aceitar que tudo está uma bosta para que tudo volte a ser gostoso de novo.

A gente aprende a viver sem um monte de coisas e pessoas nessa vida, mas a única delas que não podemos viver sem somos nós mesmos. A gente não pode esquecer de quem somos, do que gostamos e de onde queremos chegar. Não podemos esquecer de quem gostamos e de quem gosta da gente; dos blogs que gostamos de ler (<3), dos vídeos que gostamos de assistir e dos shows que gostamos de ver. Mas, do contrário, a gente pode tranquilamente aprender a viver sem aquele beijo, sem aquele sexo, sem aquela mensagem e sem a companhia daquela mão na nossa. A gente aprende que toda vez que vermos aquele filme vamos lembrar daquela pessoa, a gente aprende que toda vez que ouvirmos aquela música vamos lembrar daquela pessoa. A gente aprende que aquelas fotos também podem ser só aquelas fotos. A gente aprende que bobagem é lutar para esquecer e que só vence aquele que se respeita e busca aprender a lembrar.

2016 sem

Por isso, fica bem, tá?
Não dê forças para dor. E sabe como você faz isso? Falando menos vezes sobre ela. Quanto mais você fala sobre o que não gosta, mais força isso vai ter dentro de você. É preciso entender que tudo tem uma data de validade, só que às vezes a gente não quer ver, né? Você come comida vencida? Então por que fala de coisas vencidas?

A gente aprende a viver também sem a necessidade de ter. Ter alguém, ter sucesso, ter um carro, ter uma roupa, ter uma balada, ter que ter. A gente aprende.
Quando a hora chega a gente aprende que esse negócio de “um dia a hora chega” é verdade. Quando é dia seguinte a gente aprende que o dia seguinte também chega e faz bem mesmo. Quando uma nova pessoa nos elogia, a gente aprende a deixar pra lá os elogios daquelas velhas pessoas. É mais fácil do que parece ser e do que essas palavras podem explicar.

É só você colocar na cabeça que, um dia ou outro, vai chegar uma hora que a gente aprende a viver sem.

 

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Originalmente Publicado em: Um Travesseiro Para Dois

SOBRE O AUTOR

Márcio Rodrigues
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Paulistano de 28 anos, gosto mesmo é das pequenas coisas e de como as pessoas lidam com elas. E aí que resolvi escrever sobre os sentimentos das pessoas. Sobre a saudade, sobre a “mensagem visualizada”, sobre o “será que corro atrás?”, sobre o “você gosta mais de mim do que eu de você” e outras coisas.
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