Estudo desenvolvido na Esalq estimou em R$ 41 milhões a valoração de 60 mil árvores em Piracicaba

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Um novo método de valoração monetária da arborização, aplicado no município de Piracicaba, estimou um retorno de R $41 milhões por ano em serviços ecossistêmicos. “Áreas arborizadas exigem menor investimento do poder público em manutenção de vias, além dos benefícios para a saúde humana”, pondera o autor do estudo, o engenheiro florestal Flávio Henrique Mendes. ( clique aqui e saiba mais)

O método foi desenvolvido durante seu doutorado, desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, e acaba de ser publicado na revista Labverde (acesse aqui). Orientada pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do departamento de Ciências Florestais, a pesquisa desenvolveu um método simplificado de valoração baseado na relação entre a área da copa, o Índice de Área Foliar (IAF) e um parâmetro médio R$/m2 de copa encontrado na literatura, ou seja, na magnitude da copa, uma vez que a maior parte dos serviços ecossistêmicos provém dela.

Método acessível – Na prática, o pesquisador utilizou um método bastante acessível à população em geral. “O IAF pode ser estimado por meio de lentes olho de peixe a um preço razoável (menos que R $25,00), enquanto que a área de copa medida in loco (ou calibrada no passo)”, explica o engenheiro florestal. 

A valoração em Piracicaba teve como ponto inicial uma base de dados com registro de 60.146 árvores urbanas localizadas em calçadas. “Esse conjunto pode retornar ao município aproximadamente R $41 milhões (USD 8,2 milhões) por ano em serviços ecossistêmicos”.

Sapucaia do XV – Um dos símbolos do conjunto arbóreo piracicabano é um exemplar de Sapucaia, plantado em comemoração ao final da I Guerra Mundial. Localizada ao lado do Estádio Municipal Barão de Serra Negra, no cruzamento da Avenida Independência com a Rua Moraes Barros, a árvore chama a atenção do público em geral. “Como curiosidade, estimamos a valoração desta árvore símbolo do município e percebemos que sozinha ela retorna cerca de R $9 mil/ano em serviços ecossistêmicos além, claro dos valores históricos e sentimentais envolvidos no contexto dessa árvore”, aponta Flávio Mendes.

Segundo o autor do trabalho, investigações como esta, nas quais são aplicadas soluções baseadas na Natureza (SbN), poderão auxiliar no planejamento, gestão e formulação de políticas públicas. “A arborização urbana proporciona importantes serviços ecossistêmicos, porém, cada vez mais ela compete pelo espaço com grandes superfícies cinzentas, o que a pode tornar um elemento secundário no planejamento das cidades. A valoração monetária das árvores urbanas aparece, então, como mais uma alternativa capaz de mostrar a relevância desses seres vivos. Na prática, isso poderia viabilizar o pagamento por serviços ambientais como descontos em IPTU, por exemplo, aos moradores que possuem árvores em frente à sua casa”, finaliza.

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Acesse entrevista com o pesquisador, concedida ao podcast Estação Esalq> clique aqui

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