Como enfrentar a difícil tarefa de sermos pais dos nossos pais⁠

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Durante nossas vidas, somos ensinados a cuidar de nós mesmos e posteriormente de nossos filhos, quando estamos preparados para constituir nossas próprias famílias. No entanto, nunca nos preparam para cuidar das pessoas que nos deram a vida em sua velhice, momento em que mais precisarão de nós.⁠

Não é fácil testemunhar as principais pessoas de nossas vidas, aquelas que nos ofereceram amor, cuidado, conselhos, exemplos perdendo para o tempo. Dói nossa alma presenciar os braços que nos confortaram por tanto tempo fraquejando, os olhares protetores e firmes se tornando mais apagados, esquecidos. As vozes, que nos transmitiam tanta segurança e confiança, tornando-se mais baixa.⁠

Para fazermos o melhor para nossos pais, precisamos seguir algumas diretrizes:⁠

Basicamente há três maneiras de lidar com essa situação. 1.Podemos ser filhos superprotetores e hipotecar nossas vidas, mas claramente não  recomendo isto. 2. Podemos negar que estamos nos distanciando emocionalmente.

E a 3. Ou podemos tentar, o mais difícil, isto é: um equilíbrio saudável e amorosamente acompanhar esta fase de suas vidas. O equilíbrio é sempre a melhor maneira de evitar a superlotação de consultórios psicológicos. Diversas consultas em meu consultório estão relacionadas à gestão de pacientes adultos no relacionamento com seus pais, como cuidar deles sem invadir espaços, como acompanhar sem exageros, de um lado ou de outro.

Naturalmente, ter dinheiro será um aliado quando se trata de construir dispositivos de assistência e suporte. Mas além disso, o que eu quero apontar é a maneira como você se sente, pensa e se comporta diante dessa realidade inevitavelmente dolorosa.

E se nossos pais não foram amorosos conosco?

Alguns vão pensar “meus pais não me amaram e eu sofri muito com isso,  como eu me importo com eles agora?” É  um dos pontos mais difíceis desta questão, quando a relação foi ruim e o amor esteve apenas em segundo plano. Torna-se muito mais complicado transformar um filho no pai de seu pai.

Há mães e pais que fazem o melhor que podem. Mas eu também devo dizer, e isso é controverso e deixo o debate em aberto, há pais que não foram capazes, não quiseram ser pais amorosos.  Se os filhos sofreram muito essa falta de carinho, é muito complicado que devolvam o que não receberam.

Também é importante saber que enquanto o passado grita, o presente se torna sombrio. É importante resolver os problemas pendentes com nossos pais quando eles estão vivos. É até idiota dizer isso, mas com lápides não podemos resolver ou administrar conflitos. Não vamos deixar para amanhã os conflitos que podemos resolver hoje.

A arte de colocar limites

Por outro lado, nossos pais e nós precisamos colocar em funcionamento  limites e estratégias para lidar com novas situações. Teremos que lidar com suas ansiedades, entender  angústias, mas também saber dizer não. Pessoas muito idosas podem ser extremamente exigentes e seus filhos terão que se diferenciar quando algo é importante e quando não é.

Caixa de Ferramentas

  • Paciência:

Nesse momento, precisamos retribuir tudo o que nossos pais fizeram por nós quando éramos pequenos. Tenha calma quando ele demorar para se arrumar, para quando esquecer algo ou não saber executar tarefas simples com a mesma precisão. Não é fácil, assim como não foi fácil para eles.⁠

  • Criatividade

Estratégias de busca para enfrentar essa nova realidade são necessárias. Encontre momentos de reuniões, aproveite o que puder, aproveite a oportunidade para perguntar tudo o que queremos saber sobre a nossa história, ser criativo ajuda a superar momentos difíceis em nossas vidas.

  • Capacidade de colocar palavras em nossas emoções

A raiva é geralmente o disfarce da tristeza. Identificar se é um ou outro nos permitirá agir melhor.

Os filhos têm a possibilidade de acompanhar e serem protagonistas dos últimos anos de vida dos pais, têm a chance de dar um pouco do amor que receberam, têm a maravilhosa oportunidade de administrar a dor com amor e integridade, e talvez um dia , a ideia de morte torna-se menos tortuosa se conseguirmos fechar de forma saudável os duelos e desafios que a vida está colocando no caminho.

Este texto é uma tradução adaptada do texto “Cómo afrontar la difícil tarea de ser padres de nuestros padres” do psicólogo Alejandro Schujman para o Clarín.

Matéria Original: https://www.psicologiasdobrasil.com.br/como-enfrentar-dificil-tarefa-de-sermos-pais-dos-nossos-pais/

Por

REDAÇÃO PSICOLOGIAS DO BRASIL

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