Na vida
-Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma cor nova e não fala com quem não conhece.
-Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
-Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o escuro ao invés do claro e os pingos nos “is” a um redemoinho de emoções, exatamente a que resgata o brilho nos olhos, o sorriso nos lábios e coração ao tropeços.
-Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto, para ir atrás de um sonho.
-Morre lentamente quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, ouvir conselhos sensatos.
-Morre lentamente quem não viaja, não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
-Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte, ou da chuva incessante.
-Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
-Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, nunca pergunta sobre um assunto que desconhece e nem responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe.
-Evitemos a morte em suaves porções, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples ar que respiramos.
-Somente com infinita paciência conseguiremos a verdadeira felicidade.
Pablo Neruda
Mensagem Postada 14/3/2008