Pela primeira vez, uso de cartões supera R$ 4 trilhões em um ano

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Compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 10,9% em 2024, somando R$ 4,1 trilhões, de acordo com dados da Abecs, associação que representa a indústria de meios eletrônicos de pagamento. Na comparação entre as modalidades, o cartão de crédito foi o meio de pagamento com o maior valor transacionado no ano, registrando R$ 2,8 trilhões (+14,6%). O segundo maior volume foi o do cartão de débito, que movimentou R$ 1 trilhão (-0,1%). Já o cartão pré-pago somou R$ 379,4 bilhões (+18,1%).

O último trimestre de 2024 registrou R$ 1,1 trilhão (+11,2%) em valor transacionado, o que reforça a posição dos cartões como o principal meio de pagamento para compras e consumo entre os brasileiros.

Para 2025, estima-se um crescimento do valor movimentado pelo uso dos cartões no intervalo entre 9% e 11%, superando a marca de R$ 4,5 trilhões.

Brasileiros fazem, em média, 125 milhões de pagamentos por dia

Em 2024, o uso dos cartões ultrapassou o patamar de 45 bilhões, resultando em 45,7 bilhões de transações e um crescimento de 8,2%. Desse total, o cartão de crédito responde por 19,8 bilhões (+11,2%) de transações, seguido pelo cartão de débito com 16,7 bilhões (+1,9%) e, em seguida, pelo cartão pré-pago com 9,2 bilhões (+14,5%).

Parcelado sem juros (PSJ)

Os dados da Abecs mostram que a modalidade de parcelamento sem juros (PSJ) representa 41% do valor transacionado no cartão de crédito. Os consumidores preferem parcelar suas compras em lojas físicas, uma vez que a modalidade é responsável por 49,5% do valor transacionado em compras presenciais. Dentro do universo de compras não presenciais, o PSJ responde por 47,6%, e do volume registrado em pagamentos por aproximação, 26,6%.

A maior parte (65%) do volume de compras parceladas se concentra em até 6 vezes sem juros. Se considerada a quantidade de até 12 parcelas, o valor movimentado em 2024 representa 98,6% do volume total parcelado no cartão de crédito.

Pagamento por aproximação já representa quase 70% do total

Em 2024, o brasileiro ampliou o uso do pagamento por aproximação com cartões, que chegou, em dezembro, a 67,2% do total de pagamentos presenciais com cartões. No mesmo período, a modalidade registrou R$ 1,5 trilhão. O volume movimentado pelas compras por aproximação cresceu 48,3% em 2024, comparação ao ano de 2023.

A quantidade de compras por aproximação atingiu 23,6 bilhões, um crescimento de 34,9% em relação ao ano anterior. A cada hora, brasileiros realizam, em média, cerca de 2,6 milhões de pagamentos por aproximação.

Em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, 65% dos consumidores brasileiros afirmaram que costumam realizar pagamento por aproximação. Dentre eles, 89% consideram comodidade e rapidez como principais benefícios.

Uso do cartão de débito em compras remotas cresce acima da média

Outro destaque foi o crescimento do uso dos cartões na internet, em aplicativos e outros tipos de compras não presenciais, que manteve o ritmo de crescimento em 2024. Esse tipo de transação movimentou o valor de R$ 979,4 bilhões no ano, alta de 17,9%.

O cartão de débito continua ganhado cada vez mais espaço nas transações online, tendo apresentado crescimento de 10,5% em 2024 em comparação com o mesmo o ano anterior. Se avaliado o crescimento em relação ao período antes da pandemia, o uso do débito em compras não presenciais subiu 397%, enquanto o do cartão de crédito cresceu 191,9%.

Pagamentos recorrentes com cartões cresceram 38,6%

A modalidade registrou valor transacionado de R$ 106 bilhões em 2024. Em dois anos, volume movimentado por transações recorrentes cresceu 88,5%. O pagamento recorrente via cartão é uma modalidade de cobrança automática, que facilita a rotina do consumidor e gera mais eficiência de recebimento ao estabelecimento comercial.

Petshop e cuidados pessoais lideram

O setor comercial com maior crescimento no uso dos cartões é de petshop, com 22%. Em seguida está o setor de autopeças com 16,9%. Eletrônicos e eletrodomésticos aparecem na terceira posição com 13,2%, seguido por Bares e Restaurantes, com 12,9% e Alimentação, com 12,5%.

Entre os setores de serviços, Cuidados pessoais aparecem em primeiro lugar com crescimento de 25%. Companhias aéreas e afins tem alta de 22,6%, Profissionais liberais tem crescimento de 19,5%, Serviços médicos com 18,2% e Cultura e esportes com 17,3%.

Uso do cartão no exterior

Em 2024, os gastos de brasileiros no exterior continuaram a crescer de maneira importante, com avanço de 19,7% em relação ao ano anterior. O total movimentado foi de US$ 15,8 bilhões

O valor gasto com cartões na Europa em 2024 cresceu 30,9% (R$ 38,6 bi), consolidando o continente como o principal destino de gastos. A Europa representa 45% do total, ampliando sua liderança e ficando 9,1 p.p. à frente dos EUA. A América (sem EUA) também registrou crescimento de 30,9% (R$ 10,2 bi), alcançando mais de 12% de participação no gasto total, o maior patamar dos últimos seis anos. Os Estados Unidos apresentaram crescimento de 23,8% (R$ 30,7 bi).

A África registrou o maior crescimento (59,1% – 572,4 mi), seguida pela Ásia (48,5% – R$ 4,1 bi) e pela Oceania (32,9% – 844 mi).

Análise regional

A região Sul foi a que apresentou maior crescimento no uso dos cartões em 2024, com alta de 15,5% (total de R$ 589,7 bi), seguida pelo Sudeste, com crescimento de 11,2% (R$ 2,2 tri), e pelo Nordeste, com +10,7% (R$ 496,3 bi). Na sequência aparecem as regiões Norte (alta de 9,7%; R$ 159,5 bi) e Centro-Oeste (alta de 6,7%; R$ 315,4 bi).

4º trimestre

Quando avaliado apenas o 4º trimestre de 2024, os pagamentos com cartões somaram R$ 1,1 trilhão, o que representa uma alta de 11,2%Pela primeira vez, uso de cartões supera R$ 4 trilhões em um ano em comparação com o mesmo período do ano anterior. Por modalidade, os cartões de crédito registraram R$ 768,8 bilhões (+15,7%), os cartões de débito somaram R$ 270 bilhões (+0,3%) e os cartões pré-pagos movimentaram R$ 103,8 bilhões (+10,6%) nos três últimos meses do ano.

Sobre a Abecs

Fundada em 1971, a Abecs representa todos os setores da indústria de meios eletrônicos de pagamento: bancos, bancos digitais, fintechs e outros emissores, credenciadoras incumbentes e independentes, subadquirentes, marketplaces, facilitadoras de pagamento, bandeiras (instituidores de arranjos abertos e fechados), fornecedores de tecnologia, fabricantes de hardware e software, entre outras.

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