Quando começar um acompanhamento médico cardiológico?
Ao contrário do que se pensa, a visita a um cardiologista não deve ser realizada apenas quando se tem algum problema de saúde. O acompanhamento cardiológico deve ser um hábito praticado desde a adolescência ou até antes se for o caso da prática regular de esportes de alto rendimento. Quem orienta é o médico cardiologista Marco Miguita, da Cardiocat, principal serviço de hemodinâmica em Londrina. De acordo com ele, a regularidade no acompanhamento cardiológico ajuda a evitar e prevenir problemas mais graves e sérios.
“As doenças cardíacas estão no topo das principais causas de morte no Brasil e no mundo. Então, é imprescindível que as pessoas cuidem da saúde do coração desde cedo”, afirma Marco Miguita. Pensando na prevenção, a recomendação é que a primeira consulta com um cardiologista aconteça já na adolescência. Nesse momento, normalmente são realizados alguns procedimentos como uma avaliação clínica, uma análise das condições familiares e hereditárias, além da realização de um eletrocardiograma e da aferição da pressão arterial.
Miguita afirma que também são solicitados exames de sangue para medir os níveis de glicemia e colesterol, que poderão ser mensurados e comparados durante o acompanhamento. “Quando não forem registradas alterações em nenhum dos testes, o check-up deve se repetir a cada três anos. Mas, se houver alguma alteração que necessite de um cuidado maior, então o acompanhamento é mais regular”, ressalta o especialista. Até agosto de 2024, as doenças do coração estavam em primeiro lugar no ranking das que mais mataram brasileiros, de acordo com dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde.
Os números apontam 237.213 mortes por doenças do coração. Desde então, os dados não foram atualizados. Mas, dentre as enfermidades cardiovasculares, aparecem em primeiro lugar os acidentes vasculares cerebrais (63.533), seguido do infarto agudo do miocárdio (56.096) e da insuficiência cardíaca (20.692). “Muitas dessas ocorrências podem ser evitadas se forem monitoradas com um acompanhamento médico desde a adolescência”, avalia Miguita. O especialista ressalta que, no caso de crianças que já treinam algum esporte de alto rendimento, o ideal é ter esse acompanhamento desde cedo, antes mesmo da adolescência.