Salário emocional: mais do que dinheiro, a nova moeda no mercado de trabalho

dinheiro

Em um mundo onde os ambientes de trabalho estão em constante mudança e evolução, cada vez mais organizações e profissionais estão descobrindo o valor do “salário emocional”. Mas o que exatamente isso significa e por que é tão importante na atualidade? É isso que vou abordar neste mergulho ao novo paradoxo do mercado.

O salário emocional se refere aos aspectos não financeiros do trabalho, que proporcionam satisfação e enriquecem a experiência do colaborador. Isso pode incluir uma ampla gama de benefícios, desde a flexibilidade no trabalho até a oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional, passando pela sensação de pertencer e contribuir para um propósito maior.

Esses benefícios intangíveis estão se tornando cada vez mais valorizados, à medida que os profissionais buscam mais do que apenas compensação financeira de seus trabalhos. Eles buscam significado, satisfação e equilíbrio, bem como a oportunidade de crescer, aprender e fazer a diferença.

Entendo que investir no salário emocional é crucial para atrair e reter talentos, especialmente em um mundo de trabalho cada vez mais competitivo e em constante mudança. Também vejo que cada indivíduo valoriza diferentes aspectos do salário emocional, e por isso o esforço de nossa empresa é para oferecer uma gama de benefícios que atendam a uma variedade de necessidades e preferências.

A abordagem do salário emocional inclui proporcionar um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor, oferecer oportunidades contínuas de desenvolvimento e aprendizado, promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal e, acima de tudo, garantir que cada membro da nossa equipe se sinta valorizado e reconhecido.

Investir no salário emocional é mais do que apenas uma estratégia de retenção de talentos. É uma forma da empresa preocupar-se genuinamente com o desenvolvimento dos seus colaboradores. Além disso, vale lembrar que pessoas felizes produzem mais, principalmente na geração do conhecimento e criatividade. E ao produzir mais, os investimentos no salário emocional acabam se pagando.

Salário é algo mais amplo

Na minha experiência, nunca fiquei em algum lugar só pela recompensa monetária. Passei por empresas que o ambiente na área era tão tóxico que dinheiro nenhum recompensaria. Metade da nossa remuneração era variável. Até aí tudo bem, mas o problema era que o meu trabalho pouco influenciava no resultado da minha meta. E trabalhar o ano todo sem saber o quão perto ou o quão longe estava da meta era insuportável. Para mim, a remuneração variável é ótima, desde que suas regras estejam atreladas ao desempenho da empresa e ao do seu time.

Além disso, sempre me motivei com o aprendizado. A cada conhecimento novo adquirido, novas oportunidades se abrem. Durante o meu estágio, tive a oportunidade de trabalhar respondendo direto ao meu gerente, aprendendo coisas novas diariamente e aproveitando grandes desafios. Até que, numa rotação interna, fui alocado em uma área morosa, de poucos desafios. Meu trabalho, que gostava bastante, transformou-se em ajustar fontes e cores de arquivos Power Point e tamanho de colunas de arquivos Excel. Resultado: pedi as contas.

Hoje, como sócio e fundador da empresa que trabalho, quero sempre proporcionar o maior salário possível, seja o monetário como o emocional. Abrimos exceções para que o time estude em horários alternativos, liberamos nossa plataforma com uma centena de cursos e fazemos uso racional da zona de flow (equilíbrio entre desafio e habilidade). Além disso, buscamos colocar nossos colaboradores em ambientes e estímulos diferentes. Não sei se é o melhor salário emocional do mercado, mas garanto que trabalhamos muito para melhorá-lo.

E, claro, como nem só de emoções vive o homem, parte da remuneração ser variável é importante para colocar a emoção do extra em perspectiva; é uma forma de compartilhar com a equipe os resultados que alcançamos. Como digo: juntos vamos longe!

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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