Saudades
Saudades…
Ela chega sem pedir licença e nem diz quando vai embora. Ela é intensa. É um vazio sem fim. Pode te fazer rir ou chorar. É a ausência mais presente na nossa vida. Eu tô falando da saudade. Qual é a sua?
A gente conhece a saudade por um sentimento que é causado pela falta ou distância de algo ou alguém. E curiosamente essa é uma palavra própria da nossa língua. Isso mesmo. Saudade não tem tradução literal nas outras línguas. Uma palavra cheia de significados e tão difícil de traduzir, ao ponto da empresa britânica Today Translations colocar a saudade como a 7ª palavra mais difícil de traduzir do mundo, em uma lista feita por mil tradutores profissionais.
E mais curioso ainda é o seu surgimento. Reza a lenda que a palavra saudade surgiu com os portugueses, na época do descobrimento do Brasil. Os lusitanos eram acometidos por um sentimento avassalador, que definia a solidão que eles tinham ao ficar longe da sua terra e da sua família. E a saudade ganhou tamanha proporção, que no Brasil tem um dia só para ela. Dia 30 de janeiro é comemorado o dia da saudade. É, saudade, tens muita história para contar!
E põe história nisso, viu?! A saudade e tudo o que ela provoca é um dos sentimentos mais utilizados nas músicas, nas poesias e nas histórias de amor. Tudo isso motivado pela imensa vontade de estar com uma pessoa ou de reviver certos momentos.
Mas, há saudades e saudades. Tem saudade que é dor, que aperta tanto o peito, que escorre pelos olhos quando a gente lembra alguém muito querido que já se foi. Tem saudade que é de alguém que tá bem perto e bem longe, ao mesmo tempo. Tem saudade que vem por um cheiro, um lugar, uma música ou uma comida. Tem saudade que faz a gente rir, dá uma sensação de felicidade e uma boa pitada de nostalgia, por uma época boa da nossa vida. Tem a saudade das coisas que acabaram. Tem saudade de momentos inesquecíveis, que valem a pena viver só para curtir a saudade depois. Ai, que saudade!
E cada um de nós manifesta e convive com “as nossas saudades” de maneiras bem diferentes e muito particulares.Tem gente que não gosta nem de pensar no assunto e tem gente que gosta de alimentar sempre e viver da saudade, ou melhor, da lembrança. E eu, tenho saudade até do que eu ainda nem vivi, porque no fim das contas, a saudade é o que a gente não quer esquecer.
Manu Marques