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Um sorriso ou não, é você quem decide.

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É tão amargo, tão frustrante. Você descobre que perdeu tempo; que o desperdiçou por nada. Pouco se importou, importou-se demais. Correu atrás das coisas erradas, quis saber de coisas que não faziam diferença, tentou fazer com que ficassem as pessoas que não valem seu esforço e deixou de lado as que valem. Discriminou demais, simplesmente discriminou. Complicou casos fáceis, deixou-se vencer pelos difíceis; não se admirou com uma estrela, não se derreteu com um abraço, não permitiu que o mais doce sentimento viesse à tona. Não se atreveu, deixou pra depois, não cumpriu o que tinha deixado pra depois. Fez coisas para parecer mais descolado, deixou de fazer para parecer menos careta. Comprou o que lhe coube bem na opinião deste ou daquele, mas não tanto na sua própria. Quis ser o assunto principal, mesmo que só lhe tenham visto como uma atração de circo. Deixou um ideal de lado por quem nem lembra de você; declarou-se (seja qual for o sentido) para alguém que não merecia – e você sabia disso. Viu as coisas erradas, conheceu as músicas erradas, se apaixonou pelos momentos errados – e se esqueceu dos que valem ser lembrados – leu os livros errados; entendeu errado.

Você, finalmente, percebe o quão grande é a teia em que está preso. Ela impede seus movimentos, torna sua respiração difícil – às vezes até impossível. Lágrimas tentam rolar por seu rosto. Você não permite. Quer parecer forte, precisa parecer. Tudo dentro de você implora por um grito, por um ombro amigo, um desabafo, até mesmo por um ato de piedade. O que você faz, no entanto, é engolir suas vontades (engolir suas vontades !!!) e estampar um sorriso mínimo nos lábios. “Ora, ninguém vai perceber”, é o que você pensa. E às vezes ninguém percebe mesmo. E é terrível, extremamente terrível, quando você se dá conta de que sempre fez isso. De que sempre se pôs em segundo lugar – ou em primeiro, nos momentos errados. Você se sente cansado, mas não consegue sequer fechar os olhos. Eles doem. Suas feridas se abriram mais uma vez, e você descobre que elas nunca foram saradas, embora erroneamente amenizadas.

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Você descobre tudo isso em apenas um segundo. É tão frustrante, é realmente muito amargo. Mas é libertador. Você finalmente acorda. Descobre o quanto é sortudo por perceber isso. O quanto é sortudo por estar aqui para perceber isso. “Será que você realmente merece essa sorte?”, pensa. É quando você finalmente decide merecer.

 

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Escrito por Gabrielle Mariano – Via Obvious

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