Fico a pensar como nossos laços sociais estão cada dia mais, a se estreitar, com o advento de novas tecnologias. No entanto, não estou a falar de laços necessariamente reais, mas também, virtuais. E quanto a nossa relação com nossos familiares e amigos, como está? Eis a questão.
Ora, não estou aqui a julgar a maneira como nos relacionamos com os outros, mas, principalmente, chamo a atenção para repensarmos nossas práxis no mundo real. Fico impressionada com a maneira como as redes sociais têm, a cada dia, nos aproximado de mais e mais pessoas. Porém, atentemos para o fato de que, muitas vezes, essa aproximação é fictícia. Sim, de fato, através delas reencontramos e nos é permitido manter contato com nossos amigos de infância, parentes distantes que o tempo, muitas vezes, nos forçou a esquecer. Mas, não esqueçamos do nosso mundo real, da conversa num barzinho, no parque, seja lá onde for, com nossos amigos reais. Aqueles que percebem, através de nossos olhares, de nossos gestos, quando não estamos bem, sem que seja necessário falarmos uma só frase. Aqueles que não esperam um comentário no status de “como estou me sentindo”, para vir ao meu encontro.
Devo confessar que o mundo virtual é muito excitante; ele nos permite, principalmente, interpretarmos personagens que, na vida real, jamais seríamos capazes de ser. Através do mundo virtual, novos laços são formados, ainda que alguns sejam fictícios. Dá-me alegria saber que tenho mais de 100 amigos no Facebook, por exemplo. Mas, não consigo, de fato, senti-los ao meu lado. Daí, a certeza de que quantidade nem sempre é sinônimo de qualidade. Poucos são os amigos que estão, efetivamente, perto de mim. Mas não os trocaria por mais 10 ou 100 amigos virtuais. Ainda gosto de sentir o aperto de um abraço, o gosto de um beijo, o cheiro das pessoas, a quentura (ou frieza) de suas palavras, pessoalmente.
Gosto também de estar na frente da tela do computador, desfrutar de conhecimentos diversos de meus variados amigos. Gosto, e não nego, do mundo virtual, excitante e encantador… Gosto de soltar minha escrita, meu eu, principalmente, pela segurança parcial de estar protegida por uma tela. Nas redes virtuais, aparentemente, somos mais livres, principalmente se as tomarmos como um mundo fictício, parcialmente… Sim, porque, mesmo protegidos pela tela do computador, somos responsáveis pelo que escrevemos, disseminamos e respondemos criminalmente por isso também.
Então, não esqueçamos que, embora virtuais, as redes sociais estão presentes no real. E ambos os mundos: virtual e real se interpenetram. Essencial é que percebamos que é possível sim, ter milhões de amigos virtuais, sem esquecermos dos outros, do nosso dia a dia. Quando esses dois mundos se encontram, aí sim, é possível nos sentirmos quase completos.
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Em pleno domingo fui forçada a voltar para meu mundo virtual, pois ao tentar interagir com meus parceiros de lar encontrei cada em em seu zap zap, conversando ou trocado vídeos e piadinhas com alguém que não estava em nosso cantinho físico. Fazer o que? É a tecnologia… aproximando distantes e distanciando os próximos…