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Comer, rezar, amar: como a viagem de Liz nos ensina a ser resilientes….

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Manter a esperança e o equilíbrio emocional nos momentos difíceis faz com que criemos confianças em nós e, consequentemente, aprendemos a lidar com os obstáculos da vida. Para isso, precisamos ser resilientes. Precisamos manter aquela voz dentro da gente que diz: tudo vai dar certo, as coisas vão mudar para melhor.


Desde pequenos somos submetidos a diversas mudanças e desafios. Apesar da nossa intensa vontade de superá-los, não podemos nos esquecer que eles incitam-nos a crescer e nos capacitam a lidar com as adversidades da vida. Mesmo tendo em mente que isso pode nos fortalecer, às vezes não sabemos como agir diante de algumas situações, principalmente quando somos adultos e temos responsabilidades como filhos, trabalho, estudos, compras, aluguéis. Acredite, amigo leitor, você não é o único que passa por isso. E, se me permite ajudá-lo, aqui vai uma dica: seja resiliente.

Resiliência é uma expressão usada na área da física, administração, psicologia e em outras tantas. Mas, a algum tempo ela deixou de ser apenas um termo técnico e ganhou importância como um atributo pessoal. Em nossas vidas ela representa a capacidade de voltarmos ao nosso estado natural após alguma situação crítica e fora do comum. É a nossa aptidão em lidar com situações adversas, superar pressões, obstáculos e até reagir positivamente a eles. Claro, não vamos nos enganar e achar que é fácil, porque não é. Mas a história de Elizabeth Gilbert nos prova que também não é impossível.

Liz, para nós, íntimos, tem sua vida exibida em um cativante filme denominado “Comer Rezar Amar” ou, para quem preferir, em um livro com o mesmo nome. A história começa quando Liz está prestes a completar trinta anos e tem tudo o que qualquer mulher poderia querer: um marido apaixonado, uma casa espaçosa e uma carreira de sucesso. Mas ao invés de sentir-se feliz e realizada, sentia-se confusa, triste e em pânico.

Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado. Assim como Liz, nós, muitas vezes, nos sentimos perdidos ou sem rumo, e o importante é aprendermos a superar esses obstáculos e enxergarmos as dificuldades como aprendizado.

 Por isso é importante que tenhamos disposição física e mental para seguir em frente, e foi o que Liz fez, tomou uma decisão radical: livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo – sozinha. Seu objetivo era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente, fosse especialista em cada um deles.

Liz então embarca em uma jornada pela Itália, Índia e Indonésia. Na Itália ela se dedica a um período de indulgência, apreciando o melhor da culinária local e permitindo-se engordar alguns quilos, vivendo apenas para buscar o “prazer de não fazer nada”, pregado pelos italianos; Na Índia, ela dedica-se à meditação e à busca do equilíbrio espiritual; Depois, vai até Indonésia, onde redescobre o amor. Essa foi a maneira que Elizabeth Gilbert encontrou para enfrentar seus medos, se reinventar e não deixar que os problemas a sufocassem, transformando as situações de estresse em aprendizado e não em sofrimento ou dor.

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“Às vezes perder o equilíbrio por amor, faz parte de uma vida equilibrada.”

O livro é extremamente detalhado e aborda muitas curiosidades de cada cultura, tornando-se impossível não gostar de cada uma delas. O filme, claro, não deixa a desejar com ótimas canções (inclusive brasileiras) e não peca no conteúdo. Mas, o mais importante, é a mensagem que ambos nos passam depois de um olhar mais demorado sob a história. Liz foi resiliênte, e decidiu encarar as mudanças como uma oportunidade de melhoria. E, assim como tudo na vida, não obteve sucesso logo de cara.

Ao nos depararmos com a frustração pessoal e infelicidade, por exemplo, podemos compreendê-las de duas formas: primeiro podemos ter uma interpretação mais negativa dos fatos. Nesta posição não exibimos nenhuma atitude de mudança. E, assim, assumimos uma postura de vítima das circunstâncias da vida. Uma segunda possibilidade diz respeito a uma interpretação mais ativa dos fatos, onde podemos assumir que parte dos problemas e das dificuldades que vivemos dizem única e exclusivamente respeito a nossa forma de agir no mundo. Ou seja, só colheremos o que plantar. Mas, oportunidade de mudar, todos temos.

O trecho abaixo, retirado de “Comer Rezar Amar” relata um dos momentos em que Liz percebe o quão importante é mudar, mesmo que isso seja causado por momentos inesperados: “Outro dia, um amigo me levou a um lugar incrível: o Augusteum. Otaviano Augusto o construiu para abrigar seus restos mortais. Quando os bárbaros vieram, eles o demoliram junto com todo o resto. Como Augusto, o primeiro grande imperador de Roma, imaginaria que Roma e que todo o mundo como ele o conhecia ficaria em ruínas? É um dos locais mais sossegados e solitários de Roma. A cidade cresceu ao seu redor ao longo dos séculos.

O lugar é como uma ferida, um coração partido ao qual você se apega, pois a dor é boa. Todos queremos que as coisas permaneçam iguais, David. Aceitamos viver infelizes porque temos medo da mudança, que as coisas acabem em ruínas. Aí, eu olhei esse lugar, o caos que ele suportou, o modo como foi adaptado, queimado, pilhado e depois encontrou uma maneira de ser reconstruído, e me tranquilizei. Talvez minha vida não tenha sido tão caótica. O mundo que é, e a única armadilha real é nos apegarmos às coisas. A ruína é uma dádiva. A ruína é o caminho que leva à transformação.”

Portanto, sejamos realistas, e vamos seguir fazendo da dificuldade a nossa motivação, aceitar a resiliência como a nossa capacidade de renovar as atitudes e continuar aprendendo com cada lição.

Obrigada pelo ensinamento, Liz.

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Por: Raquel Rocha – Via: Obvious

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